terça-feira, 10 de junho de 2014

VITÓRIA BONELLI - Novela da TV Tupi (Capítulo 039)

TRILHA SONORA:

01. CASTHITY - Orquestra Phonogram (tema de abertura)

02. LA PRIMA COMNPAGNIA - Sergio Endrigo

03. BLUES FOR STRINGS - Orquestra Phonogram

04. CASTHITY (Tema Romântico) - Orquestra Phonogram

05. MADEMOISELLE - George Baker Selection

06. IRENE - Enio Morricone e Banda

07. LAST SUMMER DAY (ADIEU L'ETÉ, ADIEU LA PLAGE) - Paul Mauriat & Orchestra

08. WEDDING SONG (THERE IS LOVE) - James Last & Orchestra

09. BUDDY JOE - Golden Earring


10. NO MAR NEGRO (AM SCOWARZEM MEER) - Orquestra Phonogram

11. AIUTAMI AMORE MIO - Orquestra Phonogram

12. TEMA DO ENCONTRO (baseado no Concerto "IMPERADOR" de Beethoven - Orquestra Phonogram

ainda:

SO LUCKY - Freddy Davis (tema de Tiago)

PEACE WILL COME - Tom Paxton (tema de Tiago)
 



 Uma verdadeira obra-prima da telenovela: texto, imagem e interpretação
absolutamente precisos. Um raro momento da televisão onde tudo atingiu a
tônica certa. (*)



Momentos memoráveis: alguns capítulos aconteciam com apenas dois atores
em cena. Dina Lisboa interpretando a feiticeira Esmeralda. Yara Lins
como Madame Moglianni (que afirma ter imitado em sua interpretação o
temperamento difícil de Vietri). Ruthinéia de Moraes criando a humilde e
meiga Néia, sonhando com a felicidade. A presença de Berta Zemmel em
papel feito especialmente para ela. A importante participação de Raul
Cortez como Jaime Bonelli, no primeiro capítulo.

Todavia, o grande saldo positivo foi deixado por Tony Ramos: decididamente se afirmando como grande ator. (*)



O autor Geraldo Vietri criou a personagem-título a partir da personalidade de sua amiga e intérprete Berta Zemmel:

"Sua figura, seus gestos, sua voz, seu talento dramático prontamente me sugeriram uma figura de mulher
dominadora, capaz de tomar as rédeas das piores situações. A partir daí
nasceu o enredo dessa novela que, para ser inteiramente coerente com
sua natureza, acabou tendo como título o nome de sua personagem
principal: Vitória Bonelli."




Em entrevista à revista Veja (de 27/09/1972), Berta Zemmel afirmou:

"Só concordei em voltar [à TV] porque Vitória Bonelli é efetivamente o primeiro personagem épico da TV brasileira. As outras novelas sempre trataram de probleminhas pessoais de duas ou três pessoas e, em Vitória Bonelli, é a sociedade que é tratada." (**)



Para a revista Melodias (nº188, 1972), Berta Zemmel disse:

"Vitória Bonelli tem ensinado as pessoas a encararem o mundo
com otimismo, sejam quais forem as situações. Além de educadora, tem
sido uma professora que não obriga, mas indica os caminhos a quem
desejar. É por isso que eu amo Vitória Bonelli!
(**)



Nessa novela, Berta Zemmel proferiu, pela primeira vez na TV, a palavra "bunda". Foi quando a personagem Vitória flagra o filho
Tiago (Tony Ramos) prestes a acender um palito de fósforo para
incendiar a mansão de onde a família havia sido despejada. Depois de um
tremendo sermão, ela ordena que ele risque o fósforo e termine o que
começou, pois já era um homem feito, mas se lhe faltasse coragem para
isso, era sinal de que ele continuava agindo como criança, e nesse caso
seria tratado como criança. Portanto, ou Tiago riscava o fósforo e
acendia o que queria, ou Vitória lhe desceria as calças e ele apanharia
como uma criança, onde todas as crianças apanham: na bunda!



Era 1972 e a censura do Regime Militar não deixaria passar esse
"palavrão" em pleno horário das sete. Existem duas versões para a
liberação da fala no roteiro da novela.

A versão de Geraldo Vietri:

ao enviar o capítulo para a análise dos censores de Brasília, o autor incluiu um recado anexado: "Senhor
censor, a situação é essa com esse diálogo. Eu não vejo outra forma da
mãe dizer isso ao filho. Se o senhor vê outra forma ou sinônimo, por
favor, mande-me dizer que eu ponho na novela".


Ao retornar de Brasília, em cima do recado mandado pelo autor, veio o carimbo de aprovado.

A versão de Berta Zemmel:

ela e Vietri foram a Brasília dar explicação aos censores, que queriam
saber quantas vezes iriam dizer "tamanho palavrão". Vietri garantiu que
seria uma só vez e ouviu: "Se é uma vez só, pode!" (***)



Em Vitória Bonelli havia uma abordagem homossexual bem atrevida
para a época, e envolvia Mateus, personagem de Carlos Alberto Riccelli.
No primeiro capítulo, o garotão era levado pelo pai, Jaime Bonelli (Raul
Cortez) ao encontro de um amigo (Benjamim Cattan) a quem ele devia
muitos favores, muito dinheiro. E o pai dizia ao filho para ser atencioso e cordial
com esse homem mais velho, que mantinha um casamento de fachada e
gostava da companhia de garotões. Esteta, Geraldo Vietri tinha extremo
cuidado com as imagens. E toda essa cena ocorria atavés de um aquário,
que representava a máscara do personagem de Cattan. (***)



A novela procurou aliar a técnica da TV com a do cinema. A maior parte
das externas foi feita por uma equipe de cinema, tendo à frente Antônio
Tomé, como ilumninador e câmera. (**)



Em Vitória Bonelli havia traços da paixão de Geraldo Vietri pelo neorrealismo italiano e a clara inspiração em Rocco e Seus Irmãos, de Luchino Visconti, um de seus filmes preferidos. (***)



Ao início de cada capítulo, um ator do elenco relatava em monólogo o capítulo anterior. Uma novidade na época.



A princípio, a personagem Mercedes Moglianni fora confiada à atriz
Márcia de Windsor. Na última hora, Yara Lins a substituiu. (**)



Primeira novela dos atores Amilton Monteiro e Carlos Nunes.



(*) Fonte: Memória da Telenovela Brasileira, Ismael Fernandes, Editora Brasiliense, 3ª edição, 1994.



(**) Fonte: De Noite Tem... Um Show de Teledramaturgia na TV Pioneira, Mauro Gianfrancesco e Eurico Neiva, Giz Editorial, 2007.



(***) Fonte: Geraldo Vietri, Disciplina é Liberdade, Vilmar Ledesma, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2010.





 Elenco:BERTA ZEMMEL - Vitória Bonelli


TONY RAMOS - Tiago


CARLOS ALBERTO RICCELLI - Mateus


FLAMÍNEO FÁVERO - Lucas


ANNAMARIA DIAS - Verônica


CARLOS AUGUSTO STRAZZER - Wálter


IVAN MESQUITA - Sr. Moglianni


YARA LINS - Madame Mercedes Moglianni


NORAH FONTES - Mãe Ana



CARMEM MONEGAL - Carla


ETTY FRASER - Pina (Hipólita)


RUTHINÉIA DE MORAES - Néia


AMILTON MONTEIRO - Dudu (Eduardo)


CLÁUDIA MELLO - Dora


PAULO FIGUEIREDO - Julian


DINA LISBOA - Esmeralda


SYLVIA BORGES - Pérola


LEONOR NAVARRO - Safira


GRAÇA MELLO - Carlo


ELIZABETH HARTMANN - Ivone


GIAN CARLO - Hugo


SÉRGIO GALVÃO - Clóvis Jurandir


MARCOS PLONKA - Divino


MARIA VIANA - Maria


CLENIRA MICHEL - Dona Pura


FELIPE LEVY - Galante



SEBASTIÃO CAMPOS - Sr. Rodrigues (amigo de Jaime a quem ele devia dinheiro)


LÍDIA COSTA - Madame Rodrigues


XANDÓ BATISTA - Sr. Pardini (amigo de Jaime a quem ele devia dinheiro)


MARIA APARECIDA ALVES - Madame Pardini


OSMANO CARDOSO - Sr. Lopes (amigo de Jaime a quem ele devia dinheiro)


Madame Lopes


Sr. Felipelli (amigo de Jaime a quem ele devia dinheiro)


Madame Felipelli



VERÔNICA TEIJIDO - Hortência


ÚRSULA PEREIRA - Angélica


CARLOS NUNES - Diego


MUÍBO CÉSAR CURY - Miranda


DALVA DIAS


UCCIO GAETA


MARTHUS MATHIAS


DÁRCIO DELLA MONICA


CUBEROS NETO


NEUZA BORGES


LÍLIAN NOVAES


ANTON ERNEST RUNGE



e


RAUL CORTEZ - Jaime Bonelli


WÁLTER FORSTER - Dr. Fontana


AMÁLIA RODRIGUES


AGNALDO RAYOL


LUIZ CARLOS ARUTIN - Pedro Sanches (cúmplice de Jaime em suas negociatas)


BENJAMIN CATTAN - Sr. Charque (amigo de Jaime a quem ele devia dinheiro)


MIGUEL ROSEMBERG - oficial de justiça que avisa a família de Vitória qie eles perderam tudo...










"Vitoria Bonelli,( Berta Zemel) contava com a ajuda de (Norah Fontes), a Bá, sua antiga governanta e babá dos seus filhos)".





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